O Forrobodó sound system busca no
universal encontrar pontos de acesso que possibilitem o preservar de nossa
memória regional. Ele aproveita do fato de que as cancelas das conexões estão
abertas e adentra-se por este terreno, adota essa linguagem.
Alçeu já ia pra Paris tocar Toinho de Alagoas em
festival de jazz onde interpretava uma versão “plugada” de “Balanço da Canoa” em
plena efervescência tropicalista. Gilberto Gil já regravava Jackson, Luiz,
Dominguinhos e Anastácia. Já na década de noventa, Chico Science também fez
referências aos grandes Mestres da Cultura Popular, assim como o fez o poeta Siba, Dj Dolores
e o próprio Alfredo Belo .
E é por também acreditar nessas referências, que o FBSS
lança-se ao ar e toma forma, na esperança de contribuir minimamente com suas vozes e suas memórias.
Formatou-se dentro de um interesse leviano aos vinis que
logo desembocou em um terreno de descobertas e possibilidades. Ouvindo Gilberto
Gil percebeu a semelhança na cadência e divisão do Xote com Reggae e da Jamaica
foi buscar a influência dos sound systens e dos Dj’s para definir-se, pois é
sabido que os jamaicanos já faziam um “forrobodó” danado com os seus “sound
systens”. Estes eram sistemas de som alimentados pelos vinis, precedente do cd
e comandado pelo Disc Jockei, o futuro D’J.
Assim o FBSS surgiu dentro da cultura do vinil, enraizou-se
dentro do forró, enveredou por seus caminhos, pelos beats do triangulo, pelo
groove da zabumba, pelo balanço da sanfona. Preza pela dança, pela festa, pelas
memórias contidas nesses arquivos que muitas vezes jazem num canto empoeirado
de um sebo. Acredita que essas vozes não podem deixar de serem ouvidas, de
serem repassadas por gerações e que não podem ser tratados como sinônimo de “ultrapassada”
ou simplesmente “retrógradas”, como querem alguns. Assim o FBSS
forma-se: da pesquisa, recuperação, tratamento, até chegar na
disponibilização dos arquivos. Além das eventuais discotecagens, onde o FBSS
assume o papel do D’J, personalizando assim mais do que nunca essa sincronia entre
o universal e o regional, porém sem perder seu sotaque, seu ritmo, seu suingue,
seu dialeto que caracterizam a região que o moldou.
Portanto, este é o terreiro sobre o qual pisaremos para
amassar o barro do chão, arrastarmos os chinelos no xap xap do xaxado.
Então para começarmos em grande estilo, chegou a hora de
jogar no ar e de compartilhar nossa humilde contribuição a este enorme
forrobodó.
O Sound System está ligado, o D’j está pronto, tragam o material e
continuemos a festa !
FBSS.
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